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Teatro Experimental Do Porto Apresenta-se Em Coimbra

O Convento São Francisco, em Coimbra, recebe hoje os espetáculos O Grande Tratado de Encenação e A Tecedeira que Lia Zola, as duas primeiras partes da Trilogia da Juventude do Teatro Experimental do Porto.

Um olhar para o passado recente de Portugal, com elencos jovens que habitam o país e as utopias revolucionárias dos anos cinquenta e setenta, numa tentativa de descortinar o caminho que fomos continuamente abandonando e as narrativas que fomos construindo para nos confortarmos.

Assim, às 19h00, sobe ao Palco do Grande Auditório, a peça O Grande Tratado de Encenação, de Gonçalo Amorim e Rui Pina Coelho, a partir da obra Pequeno Tratado da Encenação, de António Pedro, escrita em 1962, com encenação de Gonçalo Amorim, numa co-produção com o Teatro Municipal de Matosinhos, Constantino Nery.

Três jovens projetam a invenção de um país que ainda não existe. Discutem a utopia de um país novo, como se de um novo espetáculo de teatro se tratasse. Lá fora pressente-se que o mundo se transforma. Cá dentro, aproveitando a energia dos melhores anos da juventude, projeta-se, lê-se, discute-se, argumenta-se sobre qual a melhor maneira de construir um país novo (ou somente um novo espetáculo). Para quando as portas se abrirem todos poderem estar preparados.

Peça de Rui Pina Coelho e Gonçalo Amorim (que também encena) e que conta com as interpretações de Catarina Gomes, Pedro Galiza, Sara Barros Leitão.

Às 21h30, o Palco do Grande Auditório acolhe A Tecedeira Que Lia Zola, com encenação e texto de Gonçalo Amorim e apoio dramatúrgico de Rui Pina Coelho, numa co-produção com o Teatro Municipal do Porto.

Portugal, anos 70. Inspirados pelos movimentos revolucionários da época, jovens portugueses, burgueses, urbanos e letrados decidem abandonar os seus estudos ou os seus primeiros empregos e rumam em direção às fábricas e aos campos para fazer a “revolução cultural”. Clandestinos, enquanto pregam a revolução, pegam em enxadas e manobram máquinas agrícolas e fabris. Na mala guardam o Germinal de Émile Zola, o Livro Vermelho de Mao Tsé-Tung, o existencialismo de Jean-Paul Sartre e muita vontade de mudar o mundo. Juventude, amor, revolução, libido e realidade confundem-se e misturam-se com disciplina, regras, capitalismo, clandestinidade e utopia. São jovens a tentar viver os seus melhores anos.

Encenação, texto e cocriação de Gonçalo Amorim com interpretação e cocriação de Bruno Martins, Catarina Gomes, Pedro Galiza, Sara Barros Leitão.

Os bilhetes têm um custo de 8 euros por espetáculo, sendo o preço do bilhetes, para os dois espetáculos, de 12 euros, e estão à venda no local.

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