Ricardo Neves-Neves apresenta a sua mais recente encenação, A Médica, um texto do dramaturgo britânico Robert Icke. A peça estreia a 12 de dezembro de 2024 e estará em cena na Sala Carmen Dolores do Teatro da Trindade até 16 de fevereiro de 2025.
Com um elenco de 12 atores, este espetáculo promete confrontar o público com temas contemporâneos e dilemas morais profundos.
A estória gira em torno de Piedade Lobbo, interpretada por Custódia Gallego, uma médica judia que dirige um hospital privado especializado em demência. Quando impede um padre católico (Pedro Laginha) de realizar a extrema unção a uma jovem em estado crítico após um aborto autoinfligido, a decisão desencadeia uma crise mediática. Uma gravação do confronto torna-se viral nas redes sociais, originando debates e polémicas sobre a relação entre ciência, religião e ética médica.
O espetáculo aborda também questões relacionadas com etnia, género e orientação sexual, oferecendo ao público uma reflexão sobre os valores e tensões da sociedade contemporânea.
Por imposição do autor, o género dos atores nem sempre corresponde ao género das personagens, uma escolha que inicialmente provoca estranheza mas se torna irrelevante com o desenrolar da narrativa. A tradução para português foi realizada por Ana Sampaio, que adaptou nomes e referências à realidade nacional.
A Médica é uma coprodução entre o Teatro da Trindade INATEL, o Teatro do Eléctrico, a Culturproject, o Teatro Nacional São João e o Cineteatro Louletano. O espetáculo tem sessões de quarta a sábado, às 21h00, e aos domingos, às 16h30.
O ensaio solidário realiza-se a 11 de dezembro, às 21h00, com bilhetes a 12 euros. A receita será integralmente destinada à Fundação António Aleixo, uma instituição que desenvolve projetos sociais e culturais no concelho de Loulé, apoiando, entre outras iniciativas, bolsas de estudo para estudantes em dificuldades económicas.