Foi uma noite de rock clássico, esta quarta feira, no Campo Pequeno, com uma maratona de três bandas: Greta Van Fleet como cabeça de cartaz, que nos deram também a conhecer o indie rock dos Black Honey e a talentosa cantora, compositora e guitarrista americana Hannah Wicklund.
Hannah Wicklund
Hannah Wicklund é natural da Carolina do Sul e tem-se destacado pela forma começou a tocar guitarra aos 8 anos de idade e formou sua primeira banda, chamada The Steppin Stones, quando tinha apenas 14 anos.
É pela forma como domina a guitarra, aliada à voz forte, que se destaca no palco. Lisboa rendeu-se aos seus encantos, no set de abertura da noite. Meia dúzia de temas em que explora elementos do rock clássico e blues. Destaca-se pela energia vibrante e capacidade de fundir diferentes estilos musicais e criar um som único.
Black Honey
Black Honey é uma banda britânica de indie rock formada em Brighton, Inglaterra em 2014. A banda é composta pelo vocalista e guitarrista Izzy Baxter Phillips, o guitarrista Chris Ostler, o baixista Tommy Taylor e o baterista Alex Woodward (que veio substituir Tom Dewhurst).
Os riffs de guitarra marcam a atuação dos Black Honey, que conduzem o público através de canções com letras fortes. Em palco, as atenções focam-se em Izzy B. Phillips, a vocalista. Presença carismática e um estilo visual distinto.
Tiveram cerca de 45 minutos para mostrarem o que valem e agarraram o público logo a meio, com um refrão bem apelativo de “I like the way you die”.
Apresentaram “Heavy” e “Ok” temas acabados de lançar no EP Collide Session. Explicaram que este era o último concerto do ano e pediram um grande aplauso para toda a equipa com quem têm andado em digressão.
Fecharam com a melodiosa “Corrine” seguida de uma brutal descarga de energia em “Run for cover”.
Greta Van Fleet
A cortina fechou-se antes da entrada de Greta Van Fleet. Um painel cobria todo o palco, não permitindo sequer ao publico assistir à preparação do grande concerto da noite.
Às 21h10 em ponto, tal como anunciado, a tela caiu e todos os nossos estímulos foram alimentados. Os decibéis lá bem em cima, de certa forma a prejudicar a definição do som; as luzes fortes, a dar cor ao ambiente; os músicos bem distribuídos por todo o espaço, a incorporar todos os estereótipos do hard rock; o calor das labaredas de fogo a cruzar o fundo de palco.
A banda norte-americana originária de Frankenmuth, no Michigan, tem conquistado os corações dos amantes do rock em todo o mundo com sua sonoridade retro que faz eco dos clássicos do rock ‘n’ roll. Os irmãos Kiszka – Josh (voz), Jake (guitarra) e Sam (baixo) – juntamente com o baterista Danny Wagner formam os Greta Van Fleet.
Ao vivo, Greta Van Fleet têm a capacidade de entregar energia e transportar o público para uma era dourada do rock. Josh Kiszka é o epicentro da performance.
Este espetáculo faz parte da digressão Starcatcher World Tour e veio apresentar o terceiro disco de originais. Abriram com “The Falling Sky” e “The Indigo Streak“. Mostraram também o power de “Meeting the Master” a melodiosa “ Waited All Your Life” e ainda “Fate of the Faithful”, “Sacred the Thread “, “The Archer” e “Farewell for Now”, todas do novo álbum.
O concerto, além de músicas de outros álbuns de estúdio (Anthem of the Peaceful Army e The Battle at Garden’s Gate), contou também covers e improvisações que demonstram a versatilidade e o talento do grupo. “Unchained Melody” e “Rhapsody in Blue” foram momentos especiais, nos quais a energia do público se fundiu com a entrega intensa da banda, criando uma atmosfera verdadeiramente elétrica.
A influência clara das lendas do rock, como Led Zeppelin, sobressai das músicas da Greta Van Fleet e também da presença da banda em palco. Interpretam os grandes heróis, mas criaram a sua linguagem própria, não se limitando a ser uma imitação.
O público é mais velho e praticamente lotou o Campo Pequeno. Os fãs da velha guarda vibram com esta nova geração de rock autêntico e vê uma continuidade nesta paixão do mundo da música.
O concerto teve uma boa dinâmica, com um set acústico pelo meio, a pedir luzes de telemóveis acesas. Uma espécie de interlúdio, feito com “Unchained Melody”, “Waited All Your Life” e “Black Smoke Rising” para depois voltarem com energia redobrada para “Fate of the Faithful”.
Dois solos fizeram ainda o público vibrar: primeiro com a bateria e depois com a guitarra. O que seria da era dourada do rock sem estes momentos?
A noite fechou com “Light My Love” e “Farewell for Now”, já com muitas cervejas entornadas!