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Sons Etéreos e Esmagadores de ELR e Sylvaine

Reportagem de Tiago Silva (texto) e António Silva (fotografia)

Sylvaine

Este sábado, assistimos no LAV-Lisboa ao Vivo, a um concerto de estreia de duas bandas que têm na intensidade das melodias e nos sons atmosféricos a sua marca mais característica: ELR e Sylvaine.

ELR
A banda Suíça, que conta com dois trabalhos editados, fez a sua estreia em Portugal.
Um palco decorado com velas, a puxar para um ambiente mais intimista, conseguiu criar uma paisagem sónica esmagadora e quase espiritual.
A guitarrista S.M. manobra com mestria a pedaleira e vai construindo loops e sons que nos transportam para outra dimensão.
A voz é que nem sempre era audível, mas não impedia as cabeças de abanar em sintonia com o ritmo, parecia a ondulação do mar.

1 / 10

A secção rítmica de I.R, baixo e M.K. na bateria mantêm o tom absolutamente preciso e esmagador, como se quer no Doom.
Uma banda jovem, mas que demonstra muita maturidade e capacidade técnica.
Focando-se no seu mais recente trabalho, Vexier, conseguiram deixar em transe a pouca audiência do LAV.

Sylvaine
A antecipação para a estreia de Sylvaine era grande, mas não se traduziu em público. O LAV tinha, provavelmente, cerca de 30% de lotação. Poucos mas bons.

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Assim que entraram em palco o público fez-se ouvir.
Sylvaine é o alter ego da multi-instrumentista Katherine Shepard e resulta da fusão de Sylvan (floresta) com o amor ao poeta francês, Paul Verlaine. A palavra é uma das preocupações e vê-se na qualidade das letras.
Com quatro álbuns na discografia, Katherine tem construído uma carreira sólida, tendo trabalhado com nomes grandes como Neige dos Alcest. As comparações com a banda francesa  são óbvias, mas os Sylvaine conseguem ter a sua marca característica e foi isso que mostraram.
Eram 22:00 quando a banda entra em palco com a intro do disco novo “Nova”.
O público, apesar de pouco, estava para os ver e a ovação foi grande. Seguiram com “Earthbound”, “Nowhere, Still Somewhere” e “Abeyance” com um grande jogo de luzes.
As melodias soavam e o público seguia na viagem.
“Fortapt”, “Thrjar” e “I Close My Eyes So I Can See” que, curiosidade contada pela própria, foi a última música escrita para o “Nova”.
Katherine transita entre uma voz angelical e a agressividade gritada do black metal com facilidade e isto acrescenta à experiência, ao experimentar do caos e da beleza.
“Mono no aware” levou-nos de seguida e é uma expressão que liga perfeitamente com o que é Sylvaine, uma ligação profunda aos sentimentos que a música nos faz sentir.
Ainda estava para vir um encore com “A Ghost Trapped in Limbo” e a inevitável “Mørklagt”.

No final, entre aplausos e agradecimentos, Katherine confessa que, a voz não tem andado bem e que não tem cantado uma música, do folclore norueguês, de que gosta muito.
Sozinha em palco, ofereceu aos presentes, à capela, “Eg Er Framand”. A sua voz suave mas também poderosa calou por completo o LAV. Ninguém diria que tem tido problemas.
Uma excelente estreia que, só os poucos presentes, perceberam que não se podia perder.
Esperamos o regresso.

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