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Veteranos E Novatos Aqueceram Noite Fria De Marés Vivas

Reportagem de César Castro e Rodrigo Salazar Oliveira (Fotos)

A 12º edição do Meo Marés Vivas ganhou um novo recinto – agora na Antiga Seca do Bacalhau, em Vila Nova de Gaia – ainda que a poucos metros do local anterior. Uma transição vital para um festival que estava, nos últimos anos, estagnado e que mostra sinais de querer acompanhar a renovação do público e das gerações.

Ora, a criação de novos palcos, como o Kia Digital Stage”, onde a aposta nos “famosos” youtubers parece dogma (bem à semelhança do que já se faz noutros festivais) vai ao encontro da aspiração de rejuvenescimento a que o festival se propõe. E no primeiro dia, já pelas seis da tarde, a adesão era notória com Waze a proporcionar uma experiência menos virtual e mais social, usando o rap como meio para exteriorizar o que sentia com os demais.

Para o palco principal, no primeiro dia do festival saltaram Jamiroquai, Goo Goo Dolls, Richie Campbell e Manuel Cruz, reflexo da mescla diferenciada de artistas a que o Marés nos tem habituado.

A identidade do festival parece ter-se mantido. E não, agora não nos referimos à habitual vista para o rio e para o mar, tendo o Douro nas proximidades, mas sim ao apoio conferido também ao hip hop nacional e à música portuguesa. Veja-se que tanto Manuel Cruz como Richie foram responsáveis por abrir e encerrar, respetivamente, o palco principal com música que, certamente, não nos é nada estranha.

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Manuel Cruz, “a solo, mas com amigos”, cantou novos singles, como “Beija-Flor” e “Ainda Não Acabei”, mas foi com “Capitão Romance”, dos Ornatos Violeta, onde foi letrista e vocalista, que teve um dos seus pontos altos.

Já os nova-iorquinos Goo Goo Dolls levaram o público ao passado, numa nostalgia prazerosa, sobretudo com o tema “Iris” que, outrora, os catapultou para a fama.

Jamiroquai foi cabeça de cartaz e fez o seu papel com a distinção que, convenhamos, já lhe é característica, mas sem grandes novidades – pelo menos, para quem  já o viu num passado mais ou menos recente.

Richie Campbell veio diretamente do Super Bock Super Rock, em Lisboa, (onde fez uma participação no concerto de Slow J) para o Marés Vivas, e trouxe igualmente consigo o amigo para o festival, que também chegou a subir ao palco. E se para o “português mais jamaicano de Portugal” há sempre margem para o improviso durante os concertos, Richie foi menino para ter sido o artista que mais público chamou para a frente de palco e um dos mais aplaudidos da noite.

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Também Fernando Daniel, que atuou no palco Santa Casa, destacou-se no que toca aos palcos mais “secundarizados” do festival. Se o trabalho é meio caminho andado para o sucesso, a importância de investir na criação de canções fez de Fernando uma das melhores revelações dos últimos tempos e, neste primeiro dia, mostrou que pode tomar conta do palco principal em edições futuras. Antes, neste palco, houve espaço para a banda bracarense We find You abrir o festival às 17h.

O segundo dia do Meo Marés Vivas decorre este sábado, 21 de julho, e conta com, entre outros, Carolina Deslandes, The Black Mamba, Kodaline e David Guetta no cartaz.

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