Diogo Piçarra Fez Festa Grandiosa No Campo Pequeno Em Lisboa

Reportagem de Elsa Furtado (Texto) e Ana Filipa Correia (Fotos)

Diogo Piçarra
Diogo Piçarra

Não há concerto de Diogo Piçarra que não seja um espetáculo grandioso, eles são efeitos de luzes, efeitos pirotécnicos, efeitos visuais, dança e música, e ontem à noite no Campo Pequeno, em Lisboa, não foi excepção.

Depois do Porto, Diogo trouxe à Capital o espetáculo da sua nova digressão Sentimental, que partilha o nome com o quarto álbum de originais do cantor, natural do Algarve.

As expectativas eram grandes, e o público quis ver e ouvir ao vivo o que Diogo prometia. E foram jovens e outros não tão jovens, e muitas crianças que encheram ontem o Campo Pequeno, para um espetáculo grandioso, que teve início pelas 21h15, ao som dos acordes de Sentimental, e um vídeo projetado num grande ecrã no palco.

Pela frente, aguardavam-nos quase duas horas de um espetáculo non stop, onde a energia e a alegria se fizeram sentir em todas as músicas, mesmo as mais calmas.

“Sentimental” foi o primeiro tema da noite, com direito a efeitos pirotécnicos, e explosões, e com o qual Diogo Piçarra entrou em palco.

Com um layout diferente do que estamos habituados a ver, o palco estava em forma de âncora e tinha duas rampas que ligavam a uma plataforma superior, por onde Diogo e a sua fantástica dupla de bailarinos (Joel e Josué Oliveira) desceu e subiu várias vezes, dotando a atuação de uma dinâmica incrível.

Ora estavam à frente, ora estavam em cima, ora em baixo ora à direita, ora à esquerda, entre escuridão e jogos de luzes, explosões de fogo ou de confettis, o cantor, bailarinos e convidados foram surpreendendo o público.

“Não Te Odeio”, “Teu” e “Dialeto” foram os temas do novo álbum que encabeçaram o alinhamento, seguidos de “Já Não Falamos”, “Coração”, “Até Ao Fim” e “Saída de Emergência”, quase sem pausas para respirar, a marcar o início de um concerto grandioso.

Altura para a primeira convidada da noite: JÜRA, que interpretou com Diogo o tema “Sabesamar”, do novo trabalho, e a jovem não deixou créditos por mãos alheias, mostrando porque é considerada umas das promessas da nova geração.

A noite seguiu com “Anjos”, e o público acompanhou na entoação dos versos, fazendo-se ouvir por todo o recinto:

Afinal anjos não voam
Nem foi preciso olhar
Pro céu para te encontrar
No final sou eu quem voa
Para te poder agarrar
Prometo nunca te largar
Afinal anjos não voam
Voam
Voam

E foi neste embalo, que se ouviu “Paraquedas”, em dueto com a madrileña Sofia Martin,  (que se apresentou pela primeira vez em Lisboa), e depois “Escuro”.

Sozinho na frente palco, apenas com a guitarra, um dos momentos intimistas da noite – “A Nossa Rua”. Aproveitando o ambiente, Diogo falou com o público e partilhou: “Vocês são todos o meu anjo da guarda, eu só estou aqui por vossa causa.”, entre outras partilhas, que tiveram direito a muitas palmas. “Trevo” foi o tema que se seguiu, no mesmo registo, e que o público também acompanhou.

“História”, “Tu e Eu”, “Oceano” foram as canções que se seguiram, antecedendo a participação de Van Zee & Frankie On The Guitar, com “Underwater”, num estilo diferente e mais irreverente, e direito a Parabéns a você no final.

Mais de uma hora passada, é tempo para “Nós os Dois”, depois, mais um momento intimista, ao piano – um tributo a 30 Seconds to Mars, com “The Kill”.

Depois Diogo pergunta “Vamos para Paris??”, e os acordes de “Paraíso” ao piano ecoam na sala e o público não se fez tímido e cantou com o músico, acompanhado dos telemóveis no ar com lanterna ligada, dando um ar especial à sala, tanto que Diogo a seguir pediu para o público das bancadas ligar também os telemóveis, e criarem um ambiente “estrelar”. No final, uma ovação de palmas ecoou na sala.

E eis que é chegada a altura de um dos momentos mais aguardados da noite, o dueto com Pedro Abrunhosa, com quem Diogo interpretou “Amor de Ferro”, lançada a 22 de fevereiro, e um dos grandes sucessos no youtube desde então.

Numa noite como esta, em que é difícil dizer qual foi o ponto alto, porque houve vários, o dueto com Pedro Abrunhosa foi certamente um deles.

Caminhando a passos largos para o final, ouve-se “Há Sempre Uma Música” e foi tempo de “tirar a foto do concerto” para a posteridade – Diogo Piçarra em palco com um Campo Pequeno cheio atrás para a posteridade, com toda a gente em pé e a dançar.

Tempo de despedidas e de encore, Bispo subiu a palco e junto com Diogo interpretaram “Monarquia”, quase, quase a fechar a noite, curiosamente, este tema, também foi guardado para o final no concerto de 2022, na Meo Arena.

Quero-te no trono e viver na tua monarquia
Porque tudo o que é bom acaba depressa
E nós já demos sinais pra não irmos com pressa
Deixamos pra depois tudo o que não interessa
E ficamos os dois dentro do nosso planeta

……

Eu quero e tu queres, mergulha em mim
Não quero outras mulheres, quero-te a ti
Tu é que és a flor do meu jardim
Por isso quando vieres, vem pa’ ficar

E foi depressa, pelo menos assim o sentimos” que o concerto chegou ao fim. Num clima de festa grande e com um “Sorriso”, Diogo Piçarra cantou o último tema do alinhamento, acompanhado pela sua banda: Francisco Aragão (nas teclas, guitarras e programações), Filipe Cabeçadas (bateria e programações), e Miguel Santos (no baixo e programações), entre fogo, confettis, muita animação e direito a “mergulho” no público.

Hora de ir embora, ao som de “Adeus”, reproduzido num vídeo projetado no ecrã gigante do palco.

Uma noite em cheio, que ficará para sempre na memória de quem aqui esteve, num concerto espetacular, ao melhor nível dos grandes concertos internacionais, mas verdadeiramente “Sentimental”.

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