O Festival, no último dia, tem um ambiente diferente dos outros dias, pois existe, quem sabe uma ansiedade de separação; em jeito de participação num filme interativo, cabe a cada festivaleiro tomar as suas decisões.
Todos nasceram para se divertir.
Este dia iniciou-se de uma forma diferente, entre bolhas de fãs, dos artistas, existiram bolas de sabão, para festejar um dia dedicado e especial para as crianças; das 10h00 às 14h00 o recinto do festival, esteve repleto de atrações para os mais pequeninos. Prezando o momento em família e as memórias infantis, durante este horário era possível usufruir de Ateliers, Insufláveis e Jogos Tradicionais. Onde acrobacias aéreas e artes circenses não faltaram para implementar a magia que é estar num festival inclusivo.
Padre Guilherme
A abertura do festival contou com o DJ SET mais divino de Portugal, Padre Guilherme é mais uma prova viva, que a música, faz milagres. O pároco mais viral do mundo digital e musical português, tem a dádiva de converter a expectativa do público, numa realidade. Com a sua presença sagrada, deu outra vida ao público do palco principal, naquilo que foi mais um espetáculo da sua Hope Tour.
O cariz do estilo musical adotado, em suporte com a pirotecnia e sistema de som abismal do festival, foi sinónimo de vários momentos de abanar o capacete ao som do Techno durante mais de uma hora; “My Father Told Me When I Was Just a Child” de Avicii, alguns projetos autorais e até “Vou para o sol da Caparica” em estilo remix, outras músicas com referências geniais, e algumas gravações aproveitadas do sacerdote, fizeram aquilo que foi um começo promissor, converter-se numa sensação épica.
O consagrado santificou todas as almas com o ritmo, orgãos convertidos em linhas de baixo electrónicas pesadas e o BPM acelerado que tocava no limiar do batimento cardíaco humano, foi a atuação de aquecimento de ancas que o festival precisava.
Badoxa
“O Demónio da Tarraxinha”
A febre da kizomba espalhou-se pela plateia do Palco Principal mais uma vez, pelo artista português de milhões acumulados, Badoxa. Acompanhado da sua banda e carisma presente, entregou um espetáculo cheio de carinho e repleto de sorrisos ao público; que parecia uma maré viva de tanto movimentar.
Com as congas ritmadas, voz e sonoridade cativante, o artista renomado de longa data, fez sentir, o quanto o público português não se “Controla” com as suas canções de timbre envolvente.
Com muita interação e diversão, o show contou até com o jogo do “aponta o dedo”, entre “aponta no amigo bêbado”, “aponta no fofoqueiro” e “abraça os amigo”, o espetáculo em termos de energia/ambiente, conta com o contraste dos momentos da curtição da música, riso e contemplação geral da atmosfera cantada e melódica.
Contemplaram todos o que é bonito com “Mulher Bonita”.
Diogo Piçarra
O cantor, letrista, autor, instrumentista e produtor musical algarvio deu ao público um espetáculo cheio de “História” e sentimento generoso, sereno e intenso; com centenas de milhões de visualizações e reproduções, dezenas de hits e clássicos do Pop Português, Diogo Piçarra com mais de 10 anos de carreira tem vindo a reinventar-se cada vez mais na indústria musical.
Pontualmente com bailarinos caracterizados, uma banda de partir a loiça, que passa por estilos musicais desde o Pop mais clássico e basilar, “Trevo” e “Paraíso”, ao Pop mais eletrónico como “Há Sempre Uma Música” e “Anjos”, e o Pop Rock estilo “Amor de Ferro”
Um pouco depois de pedir à plateia para “renovar foto de família” com o público e colocar a Caparica com as mãos no ar, em jeito de despedida as luzes apagaram-se e fizeram a multidão dispersar, que durou pouco tempo, pois, apareceu a participação do convidado especial em palco, o cantor/poeta Bispo. Quem havia dispersado, mesmo que já tivesse afastado meio recinto, voltou a correr para ver mais de perto o concerto.
A sonoridade e energia dos músicos fez o chão estremecer imenso e público vibrar ao rubro.
MC IG
“Let’s Go 4”
O fenómeno de São Paulo, Igor Guilherme, ou MC IG, é atualmente um dos maiores promotores da força do Funk Brasileiro na atualidade, original do mítico grupo 4M ; com mais de dois mil milhões de plays até ao momento, entre todas as plataformas digitais, o artista destaca-se pelo seu jeito único de ser, “Todo o mundo odeia o IG” é o nome do seu mais recente projeto.
Após 20 minutos de DJ Set, com clássicos do funk paulista e homenagens ao falecido, MC Kevin, o tão aguardado show do IG iniciou, com um grupo de bailarinos talentosos, com um dos maiores gritos unidos do festival, o público chegado para a frente, bastante apertado e até um pouco sufocado pelo mesmo, concorria bastante o seu espaço o mais perto possível do cantor; entre um clima de tensão mais juvenil e fanático, o público fã do baile funk sonha ansiosamente pelo show do Mestre de Cerimónias que, quem sabe, “quebrou” um pouco as expectativas, com os seus altos memoráveis e baixos passageiros; mesmo com momentos marcantes, nem sempre a performance entregou o conveniente, entre beber em palco, gravar Tik Toks e reprodução das versões originais das canções, não tão adaptados para atuação ao vivo, com a voz original de fundo, IG tem a sua força intrínseca espelhada no espírito dos fãs que reconhecem o seu valor e impacto.
T-REX
Daniel Benjamim, de Monte Abrão, Linha de Sintra ou também conhecido como T-Rex foi provavelmente o abraço tranquilo e cheio de feeling que a plateia precisava, “Tá Tudo Bem”.
O vencedor do melhor álbum em 2024 dos Prémios Play: Cor D’Água , com DJ e Tecladista ao vivo com dinâmica interessante que agrega ao show, T-Rex entrou no palco para elevar a vibe! Com introdução do seu hit, “UUUUHH” , “Não é Possível” a plateia parar de vibrar e fazer as famosas rodas estilo moshpit ao som da sua sonoridade, expressividade e jeito imperador para o espetáculo com o seu “Feeling”.
A lírica, melodia e flow da estrela nacional e internacional do HipHop Português fala por si com a sua sonoridade agradável, muito expressivo, trouxe ao palco participação especial dos convidados, Julinho KSD, Deezy e PiMP WiLLiAM.
A vibe é intrínseca, quem aprecia, gosta, quem quer fazer moshpit junta-se à maré e o T-Rex oferece um verdadeiro baile. Depois de uma larga roda de abraços e mãos dadas no momento especial da emblemática canção “Tempo”, a suposta finalização foi com “Anti-Antes” que deixou todos jumping! jumping!, e foi no momento que as luzes se apagaram, em jeito término do festival, passado um pouco, para surpresa de muitos, T-Rex, levou todos ao rubro novamente e uma última vez com “Tinoni”.
Cláudia Pascoal
A artista portuguesa que abusa e revira as suas origens, Cláudia Pascoal!
Vinda da pequena Vila minhota: Arco de Baúlhe, a mesma assume uma identidade artística bastante característica. Entre a cultura Pop e o Popular, Cláudia, habita neste meio com brilho e muita cor.
Este sim que foi um grande rancho tocado num ukelele.
Acompanhada por André Soares e António Serra; estes criaram em palco uma fusão de instrumentos clássicos e eletrônicos. Como um bailarico futurístico, o chão estremecia com um grande sapateado momentâneo e os dálmatas de loiça também vibravam.
Com um concerto intimista em mãos, Cláudia Pascoal trouxe mais de si para a cultura.
Entre “Nasci Maria” e “Eh Para a Frente, Eh Para trás” a plateia mexia para os lados e à medida que anoitecia, foi tornando-se cada vez mais um chamariz de público pela energia atrativa.
Conclusão das 4 Rondas
Com dedicação e aspiração para tornar-se um festival cada vez melhor e maior, esta edição foi marcante por contar com cerca de 100.000 pessoas, que escolheram o Sol da Caparica, para disfrutar da melhor forma, um pouco do “seu memorável” mês de agosto.
O Sol da Caparica irá regressar em 2025 nos dias 14, 15, 16 e 17 de Agosto para a 10ª edição. Este promete ser um regresso “épico” ao Parque Urbano da Costa da Caparica, anunciou a organização.