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Toxikull – Três Bandas, Três Gerações

Reportagem de Tiago Silva

Toxikull

RCA lotado em noite chuvosa para celebrar uma efeméride: o lançamento do disco novo dos Toxikull: Under The Southern Light.

Para este lançamento recebemos três bandas que quase podemos caracterizar como três gerações.

Alpha Warhead

Na primeira parte uma jovem banda criada em 2019.

Lembrou os concertos da associação de estudantes, os Alpha Warhead fizeram-se acompanhar dos colegas de escola e deram um concerto cheio de mosh, energia adolescente e testosterona.

Conforme dito pelos próprios, o primeiro concerto depois do lançamento do novo disco Code Red.

Pensem Metallica, Slayer, Havok. Não negam as suas raízes e sabem dar concertos como eles.

“Fuel to the fire”, “Paranoia”, “Bullets of hate” e “Backfire” foram momentos altos.

Não foi perfeito, o tom das guitarras podia estar melhor mas deram um concerto com muita energia, mosh e boa comunicação com o público.

Fica a sensação de ser uma banda a seguir que dá uns concertos brutais.

Toxikull
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Filii Nigrantium Infernalium

Como convidados especiais recebemos os veteranos Filii Nigrantium Infernalium, banda nascida na vaga dos anos 90 que viu surgir uma nova fase de metal português, mais agressivo que o do anos 80. Juntamente com os Moonspell e os Decayed marcaram o black metal que se fazia naquela época.

Inspirado por bandas da primeira vaga do black metal como os Venom e Bathory levam uma carreira consistente, com uma leal base de fãs que os acompanha nos já 31 anos de carreira.

Discos como a Era do Abutre e Fellatrix Discordia Pantokrator são marcos no metal mais negro feito em Portugal.

Com uma boa dose de rock n’ roll e atitude como poucos, os Filii Nigrantium infernalium cravaram o seu legado na cruz invertida do metal nacional.

Deram um concerto que passou pelos vários discos, com o mestre de cerimónias Belathauzer a lançar blasfémias entre canções.

“Era do Abutre” foi um dos pontos altos.

Celebraram o amor que é a religião, palavras dos próprios, com a muito bem nomeada “ecuménica matança”, a virtude da senhora cristã com “Cadela” e no final, lembraram-nos a todos que não passamos de “Vermes” a consumir esta terra.

Quem cresceu com eles ficou feliz de os rever. Quem não os conhecia, ficou a conhecer uma das nossas grandes bandas que influenciaram todo um movimento.

Toxikull

O metal português atravessa um período de graça, temos excelentes bandas, muitas no circuito mundial de tours. Um dos grandes nomes são os Toxikull.

Bem enraizados no metal tradicional e speed metal deram provas de grande qualidade no seu disco anterior Cursed and Punished. A expectativa era enorme para o que poderiam fazer e não desiludiram.

Under the Southern Light apresenta 10 canções sem fillers.

“Cursed and Punished” arrancou o concerto. Claro que como estavam para os ver a reacção do público foi a de celebração.

“Around the world”, “Speed blood and Metal” (com muito mosh), “I will rock again” cantado por todos.

Os convidados foram aparecendo, Johnny (um amigo da banda que está com eles à 10 anos) cantou “Battle Dogs”, com lembrança que somos todos cães de guerra por isso tenham cuidado em quem votam.

Ben dos 7th Storm tocou “Knights of Leather”, Sienna Sally cantou “Under the southern light”.

Lex Thunder reconheceu que a voz não estava nas melhores condições porque tinha estado doente nesta semana. A verdade é que só ele deve ter reparado nisso, não havia queixas do público. Como é normal no metal, o concerto é uma parceria público e banda. Quando faltava a voz lá estava o público para gritar a plenos pulmões, menos afinados mas com muita garra.

Quem também esteve em excelente plano vocal foi Antim “The Viking”, baixista, que está cada vez melhor vocalista.

Ainda antes dos Filii existiram os Xeque-Mate, os pais do metal português. Os Toxikull foram buscar os “Filhos do Metal”. Numa sala cheia, acho que todos se sentiam filhos e irmãos no metal o que resultou num grande momento no concerto.

Para encore, uma celebração dos tempos idos, com Belathauzer e Diogo Pereira para cantar Motorhead. “Iron Fist” encerrou a noite.

Um grande concerto e uma noite memorável que deverá ficar na história do metal em Portugal.

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