A exposição temporária CARLOS DO CARMO – 50 ANOS, passa em revista os momentos mais marcantes do fadista, com uma forte componente multimédia e reúne um vasto acervo documental, como artes plásticas, filmes, discografia, cartazes, troféus e medalhística.
A mostra pretende homenagear o artista, neste ano tão especial em que assinala 50 anos de carreira e ao mesmo tempo, dar a conhecer um pouco mais do homem, por detrás do “ídolo”.
Figura incontornável da História do Fado da segunda metade do século XX, Carlos do Carmo é amado e admirado por muitos e já foi odiado por outros. Entre momentos altos e baixos da sua carreira por diversos motivos, nunca perdeu o carinho e o apoio do público, a quem ele tanto ama e agradece, como o próprio faz questão de lembrar em cada concerto.
Dono de uma voz incomparável, do fado, ao swing, passando pela canção ligeira, o “Mr. Charme” já cantou com alguns dos maiores nomes da música nacional, mas não só, como Mariza ou Ivan Lins, e deu também voz às palavras de grandes poetas e autores, como José Carlos Ary dos Santos ou David Mourão Ferreira.
Quem não se lembra deste poema de José Carlos Ary dos Santos:
Uma bola de pano, num charco
Um sorriso traquina, um chuto
Na ladeira a correr, um arco
O céu no olhar, dum puto.…………………………..
Parecem bandos de pardais à solta
Os putos, os putos
São como índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens.
Tudo isto, mais a sua postura e a sua humildade fazem dele a grande pessoa e o grande artista que agora se homenageia ( e em vida) com esta exposição.
A entrada é gratuita.
Texto de Madalena Travisco e Elsa FurtadoFoto de Elsa Furtado