Reportagem de Madalena Travisco e Joice Fernandes
Depois do Coliseu do Porto na noite anterior, o Coliseu dos Recreios em Lisboa encheu a 29 de março para o concerto Rui Veloso Trio. O espetáculo que conta com os músicos Alexandre Manaia e Berg, prometia reviver músicas de Rui Veloso em formato mais intimista. Mas foi muito mais. Foi um concerto contagiante em emoções e sorrisos. Simpático e perfeito.
O público não se cansou de aplaudir. Aos primeiros acordes, rompiam palmas, e cantarolava-se sempre que se podia, mesmo que fosse fora do tempo das interpretações que vinham do palco… Rui Veloso disse que se estava a sentir como se estivesse na sala dele: “A ideia era tocar aqui como se vocês estivessem na minha sala!”
E estivémos sentados nessa sala quase três horas esvoaçantes em que desfilaram as canções mais emblemáticas como o “Cavaleiro andante”, a gargantilha do “Fado do ladrão enamorado”, o bolero à moda do Porto “Canção de alterne”, “Porto Covo”, “Nunca me esqueci de ti, “Porto sentido”, “Prometido é devido”, o “Primeiro beijo” dedicado especialmente às damas da sala, para quase terminar depois do “Arménio (trolha da Areosa)” e o “Chico Fininho”.
O trio regressou com os apupos do público que não queria que o concerto terminasse. Rui Veloso brincou: “Há sempre este número. Vocês já sabem como é” referindo-se à saída antes do primeiro encore: “Ainda bem que pediram [para voltarmos]”. Porque gosta de Portugal de norte a sul, das comidas e dos sotaques, apresentou os ADIAFA com quem partilharam o palco na “Quinta feira de ascenção” e no “Feira de Castro”, que veio a bisar no finalíssimo – leia-se terceiro encore.
No segundo encore veio um “Jura” a pedido e o “Anel de rubi”. O público de pé não demoveu. Regressaram novamente com o “Lado lunar” e terminaram no canto alentejano em modo mais acelerado e seguramente bem disposto com os ADIAFA no “Feira de Castro”.
