Beast In Black E Firewind – Os Clássicos E A Juventude

Reportagem de Tiago Silva (Texto) e António Silva (Fotografia)

O heavy metal precisa de bandas como os Beast in Black. Não se começa no metal pelos Aborted ou Emperor. São precisas bandas de entrada que ajudem a conhecer o som mais pesado.

No caso deste escriba foram os Iron Maiden e os Metallica. Hoje em dia temos os Amaranthe, Ghost, Nightwish e os Beast in Black. Foram estes últimos, que fizeram a sua estreia no Lisboa ao Vivo, esta sexta-feira. Trouxeram como convidados especiais um nome forte do Heavy Metal: FireWind.

FireWind

Numa banda que conta com Gus G nas guitarras é de esperar grandes riffs. O Grego, que já tocou com Arch Enemy e Ozzy Osbourne, era uma das atracções da noite e levou muitos espectadores para o ver.

A simplicidade do kit de bateria surpreendeu. Só tinha um timbalão, um timbalão de chão e uns 4 pratos. Comparado com o normal destas bandas parecia curto, mas esta simplicidade é mais do que suficiente quando o baterista é competente. Não é preciso muito é preciso saber usar.

Este foi o primeiro concerto da nova tournée que vão iniciar pela Europa.

Jo Nunez, o baterista que também toca com Dragonland, foi o primeiro a entrar. Pôs-se logo de pé em cima do bombo a puxar pelo público que já enchia meia casa. Deu um grande espetáculo dentro do espetáculo, rodava baquetas, puxava pelo público, cantava, grande showman.

Após a introdução entraram com “Welcome to the Empire”. A voz de Herbie Langhans, apresentado mais tarde como o “o tipo novo, apesar de estar na banda à 3 anos” por Gus G, parecia um bocado soterrada no mix mas lá se foi corrigindo.

Continuaram com “I am the Anger” e arrancaram os primeiros gritos e palmas a acompanhar em “Head up High”.

Gus G falou ao público (foi quando introduziu Herbie). Disse que já não vinham a Portugal há 15 anos. Havia claramente saudades de um público que não se fez rogado ao sing along seguinte em “Destination Forever”.

Tivemos direito ao problema técnico da praxe de primeiro concerto quando Gus trocou de guitarra. Tinha utilizado uma Jackson preta tipo explorer e trocou por uma branca.

Tocaram “Set the World on Fire” e passaram para um solo de Gus G.

A guitarra que parecia igual, afinal tinha uns leds no pickup do neck que luziam laranja e deitava fumo simulando fogo, juntando com uns lasers vermelhos no nut do braço. Criou um efeito visual excelente.

Voltando à Jackson preta seguiram-se “Ode to LEonidas”, “Breakaway” e “Rising Fire” cantada a plenos pulmões.

Adivinhando o que seria a seguir acabaram a dançar com “Maniac”, a fazer uma grande festa entre público e banda. Um excelente concerto de uma grande banda que vem cá poucas vezes.

Beast in Black

O público começou a chegar à frente antecipando os Beast in Black.
Estes já com um cenário muito mais composto, com 2 replicants, um de cada lado da bateria, a lembrar a temática do disco mais recente Dark Connection. Após uma pequena introdução com um bonito jogo de luzes arrancaram logo com “Blade Runner”.

A multidão que agora enchia cerca de 80% da casa, explodiu desde logo. A celebração da estreia dos Beast In Black em Portugal tinha começado.

Seguiram “Eternal Fire”, “Die by the blade”, “Revengeance Machine”, “Unlimited Sin”. Em todas as músicas havia um headbanging coreografado entre todos.

O vocalista, Yannis Papadopoulos, faz questão de puxar pelo público mas sai de palco em todos os solos, parecendo que não quer ofuscar os guitarristas. “Moonlight Rendesvouz” foi o primeiro ponto alto, e percebe-se que o público gosta muito do disco novo.

“Crazy Mad Insane” trouxe-nos à primeira comunicação da noite. Contam que é a primeira vez em Portugal e que estão a adorar o país.

Temos “Sweet True Lies” cantada a plenos pulmões e sempre com um ambiente bem disposto, toda a banda está sempre de sorriso na cara e em partilha com o público.

Acabaram uma tournée com nightwish e o Yannis confessa que fazer a tour com os Firewind é um privilégio. Cresceu a ouvir Firewind sendo Gus G um herói local da cidade de onde ambos são (Thessaloniki).

Continuaram com “To the Last drop of blood”, com um solo impressionante de Kasperi Heikkinen. Podem não ser tão técnicos como os Firewind, mas são excelentes músicos todos. Os solos de algumas canções são de se lhes tirar o chapéu.

Em “Oceandeep” contam com o público a apontar as luzes dos telefones.

“Beast in Black”, a primeira música do  primeiro disco (Berzerker), é um verdadeiro petardo de velocidade, mas parece que as mais recentes com nuances europop fazem mais furor.

“Hardcore” e ”Born again” com um grande sing along e no final, “Blind and Frozen”, em que a voz de Yannis estava igual ao disco e que arrancou um coro enorme do público.

Como encore tivemos “Cry out for a Hero” e a pop dançável “One night in Tokyo”, tão contagiosa que até punha o Varg Vikernes a mexer.

Acabaram com “End of the World”.

A banda prova que sabe dar um grande espectáculo e que tem público em Portugal para os ver em anos futuros.

Grande noite de Heavy Metal!

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