Neste dia a Fundação convida toda a gente a sair para a rua com um livro e a ler, e realiza uma série de atividades que manifestam este espírito de “desassossego activo”.
Quem andar de Metropolitano em Lisboa, durante os dias de sexta-feira e sábado, poderá ouvir textos de grandes escritores portugueses. Para além disso, elementos do Grupo Éter vão ler em público passagens de O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago, d’ O Livro do Desassossego de Fernando Pessoa/Bernardo Soares e de obras de outros autores portugueses, em quatro locais da cidade: Rossio (10h00), Chiado/Praça Luís de Camões (11h00), Santa Catarina (12h00) e rua António Maria Cardoso (13h00). A livraria móvel Tell a Story acompanhará estas leituras e estará junto à Fundação durante a tarde.
As lojas A Vida Portuguesa e os Quiosques de Refresco de Lisboa associam-se a esta celebração distribuíndo mapas com o percurso de O Ano da Morte de Ricardo Reis.
Também o município de Vila Franca de Xira adere a esta iniciativa, com a exibição no auditório do Museu do Neo-Realismo, às 15h00, da versão integral do filme José & Pilar de Miguel Gonçalves Mendes.
Na sede da Fundação, a Casa dos Bicos, decorre às 16h30 uma sessão de contos com Rodolfo Castro, a segunda sessão da série Casa dos Bicos, Casa de Contos, em colaboração com a BOCA – Palavras que Alimentam.
Segue-se às 18h00 a apresentação de duas novas edições de obras de José Saramago: a reprodução do primeiro original datilografado de Clarabóia, que será apresentada pelo escritor Miguel Real e uma nova A Maior Flor do Mundo, agora com ilustrações de André Letria, apresentada pelo designer gráfico Jorge Silva.
Às 21h00, exibe-se o documentário Ulisses, de Rui Tavares, que estará presente na sessão.
Texto de Susana Sena LopesO Dia do Desassossego é uma ocasião para sair à rua com um livro na mão e ler em lugares públicos, de tal forma que o desassossego das ideias penetre a vida social ao mesmo tempo que fortalecemos o pensamento para combater o desânimo e a depauperação a que nos submetem. Ler para contemplar o espetáculo do mundo de outra perspetiva, para intervir e reforçar os argumentos de bem comum, próprios de seres humanos que se respeitam e honram a sua condição de cidadãos.