Esfera dos Livros lança Belle Époque – A Lisboa de finais do Séc. XIX e início do Séc. XX

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Como é que se vivia em Lisboa nos finais do Séc. XIX e início do Séc. XX? A resposta a esta questão pode ser obtida no livro Belle Époque – A Lisboa de finais do Séc. XIX e início do Séc. XX, agora lançado pela Esfera dos Livros.

Nesta obra, extensamente ilustrada, a investigadora Paula Gomes Magalhães retrata a vida quotidiana nesse período: uma cidade feita de luzes, boémia, glamour mas como não podia deixar de ser também possuidora de alguma tristeza.

Entre 1890 e 1914 Lisboa transformou-se. Desapareceu a Lisboa romântica e nasceu uma cidade moderna e civilizada, estimulada pela burguesia fascinada com tudo o que vinha de Paris, mas também marcada por alguns episódios trágicos, como o humilhante ultimato inglês e a frustrada primeira revolta republicana.

As senhoras vestiam os últimos figurinos da moda francesa, deixavam-se levar pelos cheiros dos perfumes e outros produtos de beleza e higiene chegados de fora. Os modelos das roupas, gestos e comportamentos eram as grandes senhoras da Cidade das Luzes.

Os homens enchiam os cafés do Chiado e divertiam-se nos seus teatros, o São Carlos estava sempre esgotado e o serão era feito de copos, guitarras e das animadas largadas de touros. A

Avenida da Liberdade era o novo local para esta burguesia culta e abastada ver e ser vista, depois da triste demolição do Passeio Público.

Os poucos automóveis que circulavam nas ruas da capital cruzavam-se com os burros e carroças das classes populares famintas e iletradas que viviam nos arredores pobres e sujos. Longe do desenvolvimento das grandes capitais europeias, a cidade iluminava-se com a chegada da eletricidade, nas casas os mais abastados instalavam os primeiros telefones, o animatógrafo era a novidade que todos queriam ver.

A caminhar para a modernidade, Lisboa sofria, ao mesmo tempo, com o desaparecimento, de forma trágica, de algumas das ilustres figuras da sua cultura, tentava recuperar a custo das consequências sociais e económicas de um ingrato e humilhante ultimato inglês, e via gorada uma primeira revolta republicana, sendo obrigada a esperar quase vinte anos até assistir à destituição da monarquia.

Texto de Teresa Leal
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