As Canções de Amor de Jorge Palma foi um dos primeiros concertos do Festival de Música do Dia dos Namorados. Teve lugar na noite de sábado, no Campo Pequeno e além da orquestra trouxe três convidadas especiais: Garota Não, Márcia e Marisa Liz.
Um alinhamento único, a incluir temas menos conhecidos de Jorge Palma, fizeram com que esta primeira noite do festival “Às Vezes o Amor” fique bem guardada na memória de quem assistiu a este concerto. Uma sala muito bem composta, certamente de quem já esteve presente noutras boas noites do artista. Cadeiras ocupadas por um público menos jovem, conhecedor da obra do músico, aqui engrandecida pelos arranjos da orquestra.
Foram duas horas repletas de poemas de amor, a que o público assistiu de forma serena. Nos intervalos dos temas, os aplausos soaram avassaladores. E há sempre um ou outro mais ousado a tentar chamar a atenção de Jorge Palma, que, esta noite, não deu grande resposta, disposto a seguir um alinhamento já bem definido.
“O meu amor tem lábios de silêncio/ E mãos de bailarina / E voa como o vento/ E abraça-me onde a solidão termina”. Foi com “O Meu Amor Existe” gravado em 1991 que Jorge Palma abriu a noite. Começou ao piano, acompanhado pela orquestra e assim se manteve por “Essa Miúda” e “À Espera do Fim” também do álbum Só.
Apresentou a primeira convidada da noite: Garota Não, a cantautora portuguesa Cátia Mazari Oliveira. Partilharam “Bairro do Amor”. “Que bom que vocês vieram, porque o Jorge merece mesmo que esta casa esteja cheia” confessou a convidada no final deste primeiro tema conjunto. Depois, Jorge Palma foi ao reportório de Garota Não dar a conhecer ao seu público “Países que Ninguém Invade”.
Depois de “Junto à Ponte” o cantor ficou sozinho em palco e interpretou a primeira versão da noite: “Avec le temps” (um original de Léo Ferré) que integrou o disco Só ao Vivo gravado em 2016. Seguiram-se “Mifá” e “Valsa de um Homem Carente”, cuja origem Jorge Palma revelou no momento, de um encontro com Carlos Tê.
A fechar este breve momento a solo, ficou um sorriso e uma dedicatória “à miúda que me tem dado lume há tantos anos”.
Com a segunda convidada surgiu também o segundo abraço caloroso da noite. Márcia sentou-se depois no banco do músico, costas com costas e interpretaram “Quem és tu, de novo?”. Na hora de trocar de papel, a coisa já não correu tão bem. “A pele que há em mim” teve direito a dois takes, com o público a perdoar de forma muito fácil o engano do músico.
Jorge Palma vou a ficar sozinho em “A noite passada” para depois trazer novas versões de “Cara d’Anjo Mau” e “Lado Errado da Noite”. Marisa Liz foi a última convidada da noite. Mais uma contribuição feminina aos temas de Palma, neste caso em “Deixa-me Rir”. A troca fez-se com um intenso “Procura por Mim”.
Jorge Palma fez questão, de seguida, de apresentar todos os músicos em palco, um a um, pelo nome, seguido do Maestro Cesário Costa.
Seguiu-se “Bird On The Wire” do reportório de Leonard Cohen, que Jorge Palma homenageou com um espetáculo em 2018 no Coliseu.
Para o encore deixou “Estrela do Mar” em que, como é costume, espalhou luz pela sala. Seguiu-se “Kathy’s Song” (um original de Simon & Garfunkel) e fechou com o habitual “A gente vai continuar” com todos os convidados em palco.
Este espetáculo imperdível tem uma nova sessão dia 14 de fevereiro no Coliseu do Porto.
Estão previstos mais concertos, integrados no festival Às Vezes o Amor:
12/02 Luísa Sobral – Centro Cultural e Congressos, Caldas da Rainha
14/02 As Canções de Amor de Jorge Palma – Coliseu Porto AGEAS
14/02 Cristina Branco & João Paulo Esteves da Silva – Teatro Sá da Bandeira, Santarém
14/02 Lena D’Água – Teatro Tivoli BBVA, Lisboa
14/02 GNR – Teatro Aveirense, Aveiro
14/02 Paulo Gonzo – Teatro José Lúcio da Silva, Leiria
Os bilhetes encontram-se à venda nos locais, online e locais habituais.
