Maratona De Pixies Em Lisboa Combinou Êxitos Com Novos Temas

Reportagem de Tânia Fernandes (texto) e António Silva (fotografia)

Pixies
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A banda de Black Francis tocou esta segunda-feira no Campo Pequeno, em Lisboa.  Este foi o 12º concerto dos Pixies em Portugal. Apresentaram grande parte do novo trabalho – Doggerel – mas o público continua a vibrar é com os êxitos do final dos anos 80.

A primeira parte do concerto de Pixies, em Lisboa, foi assegurada por Wunderhorse. Um rock com sabor a punk guiado pelo músico britânico Jacob Slater, que anteriormente liderou a banda londrina The Dead Pretties. A banda tocou temas do álbum de estreia, Cub, editado em 2022.

 

Um mar de gente preenchia totalmente a plateia, às 21h30, quando os Pixies entraram em palco. Sem grande cenário a proporcionar distração a banda ocupou a frente de palco, enquadrados apenas por uns um potentes projetores.

Totalmente focados na música, prepararam-nos uma longa serenata de 35 músicas onde incluíram grande parte dos temas do mais recente trabalho, lançado no último trimestre de 2022. Mas uma vez que o namoro com o público português é de longa data, enraizado no final dos anos 80, não desiludiram os fãs e trouxeram também algumas das mais belas memórias musicais de uma década. Algumas delas com novos arranjos.

Abriram com “Cactus”, de Surfer Rosa, seguiu-se “Nimrod’s Son” e aproveitando a embalagem puseram logo todo o recinto em ebulição com “Here Comes Your Man”. Apesar da grande ligação que o publico português tem com esta banda, e dos sucessivos concertos que têm dado por cá, o registo mantem-se. Não há quebras entre as musicas ou trocas de impressões com o público. Mantém o fio à meada, bem firme, durante mais de duas horas de concerto, alternam o ritmo, mas sem deixam cair o mood. O público vibra, principalmente, quando ouvem acordes mais conhecidos. E os Pixies têm alguns dos mais famosos da história do rock alternativo. “Blown Away”, “Mr. Grieves” soam a hinos e ainda a procissão está a sair do adro… Aqueles acordes e a tão conhecida voz “I hope everything is alright”. O público aplaude com muito entusiasmo.

Com “There’s a Moon On” abriram a porta para os temas mais recentes. O público surfou a nova onda com entusiasmo, com “Who’s More Sorry Now?”, “Haunted House”, “The Lord Has Come Back Today” e “Get Simulated”. Na bancada, os fãs voltaram a descolar das cadeiras em “Gouge Away”, com nova dose de euforia em “Monkey Gone to Heaven”. Percebe-se que o novo trabalho está à altura do legado, quando voltam a Doggerel. Mas não há nada como as musicas já bem oleadas.

Já na reta final da noite apresentam uma versão de “Head On”, dos The Jesus And The Mary Chain e segue-se nova sequência arrebatadora: “Debaser”, “Wave of Mutilation” e “Hey”.

Foi uma grande noite para que assistiu a este concerto com Frank Black, David Lovering, Joey Santiago e Paz Lenchantin. “Where Is My Mind?” foi intenso e deixou-nos sem respirar. Até porque soou a despedida, antes do derradeiro “Winterlong”, de Neil Young, com que fecharam. Sem encore, sem palavras, mas com o público a aceitar a banda, com a sua uma identidade muito própria, esta foi uma noite memorável.

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