Maratona Do Hip Hop Tuga Faz História

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

Hip Hop Tuga
A História do Hip Hop Tuga

Foi uma longa noite, que se prolongou pela madrugada. A ideia era completar um espetáculo estreado na edição de 2017, do Festival Summer Fest, da Ericeira. A História do Hip Hop Tuga foi contada, esta sexta feira, na Altice Arena, de forma cronológica e com a maioria dos intervenientes em palco.

Uma seleção de 40 nomes representativos do hip hop nacional, construíram uma maratona que conseguiu ir além da música, trazendo também elementos de street dance (com a atuação muito aplaudida das crews Gaiolin City Breakers e 12 Makakos), arte urbana (YouthOne e Nomen pintaram dois murais no decorrer do concerto) e beatbox (um verdadeiro sucesso, com a atuação de SP Deville e Wilson). Um palco de dimensões generosas, a entrar pela plateia, com várias passadeiras, ajudou a promover a interatividade ao longo da noite, aproximando os artistas do público.

A festa começou à hora marcada, controlada por uma contagem decrescente em ecrãs. Começou em 1994, com as primeiras edições de rap em Portugal. Poderia o público, muito jovem, não reconhecer os primeiros temas, mas a verdade é que se cantou “Black Magic Woman” na Altice Arena, com emoção. E depois pulou-se ao som do enérgico “Nadar”, dos Black Company. A noite continuou, de êxito em êxito, sem paragens, intervalos ou grandes discursos. Cada artista veio recordar as suas rimas, uns mais conhecidos, outros mais despercebidos, mas com bom ritmo e com o público sempre a vibrar. O único elemento informativo do concerto foi a passagem do tempo, marcada pelos anos em ecrã luminoso. Rappers e Djs, numa união e sintonia, não deixaram cair o ânimo, ao longo da noite.

Boss AC, logo no início teve direito a uma acalorada receção, assim como o trio formado por Carlão, Sam The Kid e Bruno, que vieram interpretar o tema da banda sonora do filme “O Crime do Padre Amaro”. De forma a abreviar, em determinados momentos da noite, uma voz off fez um apanhado de alguns nomes importantes que não passaram pelo palco. E depois de uma dessas atualizações, pudémos assistir à intervenção de uma pequena representação do rap feminino através de Capicua, M7, Eva Rap Diva e Tamin.

Houve espaço para diferentes estilos, desde a reflexão mais social dos Dealema a sonoridades mais disco, como a participação de NBC. A última hora, com a participação dos intervenientes mais atuais, deu ainda mais energia ao público. Ao reconhecer os seus temas preferidos, não deixaram de querer mostrar a sua devoção de forma efusiva.

25 anos de História, que relataram o começo no nosso país, de um dos fenómenos culturais que mais gente está a abranger em todo o mundo.

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