Muse Entram No Jogo Da Música Na Primeira Noite Rock In Rio Lisboa

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

Com uma linha gráfica cada vez mais em sintonia com os video games, na primeira noite de Rock in Rio Lisboa, os Muse deram uma eletrizante sessão de rock. De acordo com a organização, a festa fez-se entre 71 mil pessoas.

Pela terceira vez, os Muse pisaram o Palco Mundo do Rock in Rio e voltaram a conquistar com a sua energia. Pelo que se assistiu percebe-se que não esgotaram a capacidade de surpreender em palco. Com um espetáculo graficamente imponente, os Muse vieram “matar saudades” dos fãs e trouxeram, à Bela Vista temas do seu último álbum – Drones, e ainda grandes hits como “Time is Running Out”, “Mercy”, “Supermassive Black Hole”, entre muitos outros.

O vocalista Matthew Bellamy provou a mestria com que domina a guitarra elétrica e tocou de forma exímia. De joelhos, de costas ou até com a língua mantém os riffs a soar no ar, com toda a energia. Mostrou a sua vertente bad boy, ao pontapear guitarra pelo chão do palco, ou a apontar o braço do instrumento musical na direção do público, a fingir empunhar uma espingarda, mas revelou também o lado mais humano, ao descer ao fosso, para cumprimentar o público.

A componente que mais brilho e colorido dá aos concertos também integrou este concerto, com balões gigantes a pular sobre o público em “Starlight” e fumo, confettis e fitinhas a subir no ar, disparados da frente de palco em “Mercy”.

Despediram-se num pequeno encore com “Take a Bow”, “Uprising” e “Knights of Cydonia”.

Antes, os Bastille trouxeram o estilo indie rock e alternativo à cidade do rock. Acabou por ser um concerto morno, de quem espera o grande nome do cartaz. Conseguiram grande entusiasmo em “Pompeii” o tema que pôs os faz a cantar em uníssono.

Os Bastille trouxeram à o seu último álbum, Wild World e Dan Smith, o vocalista ainda deixou a  piada “Se nunca ouviram, façam de conta que conhecem!”. Pelo meio, uma viagem aos anos 90, com uma versão do dançável “Rhythm is a Dancer”.

O Rock in Rio investiu, este ano, em novas experiências no contexto das plataformas digitais, indo ao encontro dos interesses do público mais jovem. Assim, durante a tarde, a grande concentração de pessoas, fez-se pela Pop District onde, de forma natural e descontraída as pessoas foram tirando fotografias com os seus artistas preferidos.

A experiência de levar o brinde, de registar o momento, de interagir de forma direta com quem acompanham através do ecrã faz agora parte deste festival e há quem opte por jogar, de forma física, jogos que habitualmente dominam com as pontas dos dedos.

As sombras foram muito procuradas durante a tarde e a animação foi grande nas Pool Parties, junto ao palco do Music Valley. A dupla de cantoras brasileiras AnaVitória abriu este espaço, e embalou os presentes. Pela encosta inclinada, este espaço permite que se assista aos concertos de forma descontraída, pelo chão. Single “Trevo” era a mais esperada do momento. O tema, que partilham com Diogo Piçarra voltou a ser ouvida, pouco depois no palco mundo, quando as meninas Anavitória foram convidadas do artistas português. O impacto de entrar no palco mundo fez-se ouvir com uma exclamação “Qui liiindo!”.

Diogo Piçarra juntou os mais jovens e segurou-os com os seus temas pop mais conhecidos, como “Já Não Falamos”, “Tu e Eu” ou “Dialeto”. Fez ainda uma homenagem a Zé Pedro, com uma versão de “Homem do Leme”. A emoção voltou a este palco com o dueto com o fadista Marco Rodrigues, tema que Diogo compôs, em “Tempo”.

Neste palco, pisaram depois as Haim. As três irmãs americanas – Este Haim (baixo), Danielle Haim (guitarra e bateria) e Alana Haim (guitarra e teclado) fizeram soar o seu rock. Passaram por temas dos seus dois álbuns Days Are Gone e Something to Tell You.

A Rock Street, nesta edição, promove um encontro com a cultura africana. Tabanka Djaz, revelou o “orgulho de representar a Guiné Bissau” e mais concretamente, o género musical Gumbé. Muitos procuraram, mais tarde, a atuação de um dos mais conhecidos timbres de África: Bonga. Este foi um momento familiar, em que se tornou comum, a qualquer faixa etária, a vontade de dançar.

Carolina Deslandes preparou um concerto especial para o Music Valley e mostrou-se muito feliz, durante a sua atuação. Teve um conjunto de cordas em palco e um ilustrador a desenhar a tela de fundo, durante a sua atuação. Falou sobre cada uma das suas músicas. Introduziu “Mountains” como o tema que fala sobre a amizade e pôs todos a cantar com ela. O primeiro convidado era, para ela óbvio “achei que fazia sentido, já fiz músicas com ele, filhos com ele…” e durante a atuação conjunta, com Clemente, deram provas de grande cumplicidade. Maro, foi outra convidada, que marca também presença no seu mais recente trabalho, Casa.

Os anos 90 é chamada recorrente neste Rock in Rio e Carolina Deslandes trouxe um medley especial que passou por Britney Spears (“Oops I Did it Again”), Da Weasel (“Nunca me Deixes”) e Ornatos Violeta (Ouvi Dizer). “Avião de Papel”, que conta com a participação especial de Rui Veloso, foi uma das canções mais participadas.

O segundo dia de Rock in Rio já se encontra completamente esgotado. No cartaz figuram Bruno Mars, Demi Lovato, Anitta, Agir, Bispo e Dillaz, entre outros. As portas já abriram.

Autor:Foto de Muse por Agência Zero
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