Reencontros Felizes No Regresso Do NOS Alive 2022

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

The War on Drugs no NOS Alive
The War on Drugs

A primeira data de NOS Alive 2022 promoveu o reencontro das pessoas que realmente gostam de festivais de música e que vêm para descobrir as novas tendências. Ficou marcada pelo regresso dos The Strokes, cuja presença em palco trouxe uma distorção sonora e cambaleante, a odisseia romântica dos The War on Drugs e o groove dos Jungle.

Julian Casablancas, Albert Hammond Jr, Nick Valensi, Nikolai Fraiture e Fabrizio Moretti chegaram ao palco com um ligeiro atraso. O som limpo e completo que usufruímos em The War On Drugs foi completamente arruinado com a entrada da banda de Nova Iorque. “Is This It” chega distorcido e difuso, assim como a voz de Casablancas. Uma escolha estética que se mantem ao longo do concerto, tão diferente do que está registado em disco. O vocalista tropeça, no final do primeiro tema e admite estar um pouco tocado. Face às criticas arrasadoras que fizeram eco na imprensa nacional nos últimos dias, sobre uma recente atuação dos The Strokes, forma-se alguma apreensão, suspensa com os primeiros acordes da musica seguinte.

A banda toca “The Adults Are Talking”, um dos temas fortes do mais recente trabalho, The New Abnormal e tudo parece correr sobre rodas. Contam-se muitas pessoas com a t-shirt da banda pelo recinto, indicando a preferência da primeira data de NOS Alive, no entanto, era preciso estar no mesmo estado de espírito de Casablancas, para considerar este, um concerto fora de série. Seguiram-se “New York City Cops”, “Automatic Stop”, “Bad Decisions” e “Hard to Explain”, antes de uma atabalhoada homenagem a Clairo, com o tema “Sofia”. A banda falhou a atuação no festival devido aos conhecidos constrangimentos nos aeroportos.

Os temas mais conhecidos chegaram, para entusiasmo dos maiores admiradores, mas sem conseguir conquistar totalmente o público, que foi saindo para vibrar com Parov Stelar essa, sim, uma atuação extraordinária e surpreendente no palco Heinecken. O músico austríaco, produtor e DJ, conhecido como sendo um dos pioneiros do electro swing, criou ambientes cheios de ritmos neste palco, que pôs toda a gente a dançar.

The War on Drugs, a banda de Filadélfia, mostrou os novos e bons caminhos que o rock está a desenvolver. Ainda com a luz do dia, Adam Granduciel, David Hartley, Robbie Bennett, Charlie Hall, Jon Natchez, Anthony LaMarca e Eliza Hardy Jones, não precisaram de grande estardalhaço para se fazer notar. Simplesmente ofereceram melodias atrás de melodias uma sonoridade majestosa e musicalidade enraizada em artistas como Bob Dylan, Bruce Springsteen, Tom Petty ou Mark Knopfler. “Strangest Thing”, “I Don’t Live Here Anymore” e “Under the Pressure” foram alguns dos temas que trouxeram. Um sincero “Obrigado! É um prazer estar aqui” caiu bem, já próximo do final da sóbria e eficiente atuação.

O Pôr do Sol fez-se com uma grande concentração de pessoas frente ao Palco Principal. Os ingleses Jungle trouxeram motivos para um agitar de ombros e ancas em temas como “Keep Moving”, “The Heat” e “Busy Earnin”. A banda esteve sempre a procurar a atenção da plateia, na certeza de que não seriam a razão de ali estarem a assistir. Foi bem sucedida pela forma como envolveu o recinto com um concerto cheio de groove, caracterizado por sintetizadores. Sonoridadoes comoventes, pelas quais o público estava à espera, há três anos.

A tarde começou cheia de energia no Palco Heinecken, com o regresso de Balthazar aos palcos nacionais. A banda conta com dois vocalistas, Maarten Devoldere e Jinte Deprez, e a forma como se vão alternando e completam torna o concerto ainda mais interessante. Em palco não se limitam a reproduzir os temas editados. Trazem-nos para os partilhar com o público de forma muito lúdica e diversificada. O público português já os acompanha há algum tempo e sabe o que pode esperar: uma grande festa.

Assim, antes das 19h00 já se dançava de braços no ar, neste palco, como se fossem duas da manhã, ao som de um extenso “Fever”. Ou simplesmente a deixar o corpo fluir, ao som de “Bunker”.

O Alive volta abrir portas esta quinta-feira, com Florence & The Machine, Jorja Smith, Alt-J, Celeste e Os Quatro e Meia no palco NOS; Dino D’Santiago, Nilufer Yanya, Seasick Steve, Inhaler, Alec Benjamin e Gui Aly no palco Heinecken; Batida b2b Branko, pedro Mafama, Rita Vian, Fogo Fogo, DJ Danifox, Expresso Transatlântico, Tyroliro e Rich Fellaz no Clubbing; Herman José, Beatriz Gosta, Daniel Carapeto, Tamer Kattan, Vasco Elvas e Eduardo Marques + João Pedro pereira no palco comédia; Umafricana, Soluna, Von Di, Amaura, Jura e Bokor no Coreto; Sara Correia, Cristina Clara e O Samba é 1 Só no EDP fado; Catxibi, XPTO e Road 31 no Pórtico nos Alive, a saudar todos os que entram no recinto.

Ainda há bilhetes disponíveis para esta data. Custam 69 euros

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