“Noite e Dia” – o nono tema do álbum Nação Valente foi o tema escolhido por Sérgio Godinho para abrir o primeiro dos três concertos agendados para o Capitólio, em Lisboa, para apresentação do seu novo trabalho.
Sala cheia, bilhetes esgotados que levaram à marcação de um terceiro concerto para domingo à tarde, marcaram a apresentação do mais recente trabalho discográfico do veterano músico nacional, cuja digressão arrancou ontem à noite em Lisboa, no renovado e reaberto Capitólio, no Parque Mayer.
Para o alinhamento estavam prometidos os temas de Nação Valente, mas era impossível Sérgio Godinho realizar um concerto só com temas novos, sem ir buscar alguns dos seus temas mais emblemáticos, e assim foi.
De um alinhamento de 22 temas, entre eles 10 novas canções, Sérgio Godinho foi intercalando e relembrando outros êxitos. “Grão da Mesma Mó” foi o segundo tema da noite, a que se seguiu “Etelvina” e “Artesanato”, também este do novo álbum.
Seguiu-se “Dancemos no Mundo” que o músico fez questão de dedicar aos refugiados, contra a xenofobia e o racismo, e que contou com a colaboração do público, afinal, as músicas de Godinho não são só para distrair ou entreter, o músico faz parte daquela geração em que a “cantiga é uma arma”.
Excelente comunicador e conversador, para além de autor, o artista foi conversando com o público entre temas, e este (idades à parte) foi correspondendo, fazendo desta noite um serão quente e intimista, às vezes com as emoções e a virem ao de cima.
“Baralho de Cartas”, “Nação Valente”, “Mariana Pais, 21 Anos”, “Tipo Contrafacção”, “Noites de Macau”, “Delicado” e “Até Já, Até Já”, foram outros dos novos temas interpretados.
Pelo meio, Sérgio foi cantando alguns velhos sucessos: “Parto Sem Dor”, a emblemática “Balada da Rita”, “Os Conquistadores”, “Benvindo Senhor Presidente”, “Já Joguei ao Boxe”, “O Rapaz da Camisola Verde”, o incontornável “Com Um Brilhozinho Nos Olhos… ” a que o público não conseguiu resistir, foram outros dos temas que fizeram a alegria dos presentes, e que contaram com coro por parte do público.
Para o final Sérgio Godinho escolheu “O Primeiro Dia”, uma escolha simbólica talvez, neste “primeiro dia” da nova vida do CineTeatro lisboeta, com direito a brinde com vinho tinto e tudo. Uma reabertura que ele elogiou.
E foi num ambiente animado e bem disposto, com o público todo de pé e a cantar, que o músico se despediu, ao som do novo “Grão da Mesma Mó”.
A acompanhá-lo nesta festa estiveram Miguel Fevereiro e Nuno Rafael nas guitarras, Nuno Espírito Santo no baixo, João Cardoso nos teclados, e Sérgio Nascimento na bateria.