É já a partir do próximo dia 2 que os Serões Musicais no Palácio da Pena regressam com oito concertos, que vão ter lugar aos fins de semana, até 30 de março, sempre às 21h00, no Salão Nobre do Palácio.
Este ano na sua 4ª edição, a iniciativa pretende reviver os serões culturais e musicais promovidos pelo rei D. Fernando II e pela sua segunda mulher, a Condessa d’Edla.
O programa deste ano arranca com o Trio Pangea, ensemble que junta um pianista e violinista franceses (pai e filho) ao violoncelo de Teresa Valente Pereira. Seguem-se três programas que têm por denominador comum o canto e a presença do pianista João Paulo Santos, que nos levam até ao Brasil, França e Espanha. Uma com João Paulo Santos e a musicóloga Luísa Cymbron, e outra com a meio-soprano escocesa Karen Cargill que se vai apresentar acompanhada pelo pianista Simon Lepper, e aborda a ‘mélodie’ francesa e as ‘Canções de Wesendonck’, de Richard Wagner.
O primeiro serão musical decorre este fim de semana (2 e 3 de março) e assume-se como uma homenagem a José Vianna da Motta (1868-1948), grande pianista e compositor nacional. No seu programa, o Trio Pangea inclui o Trio em Si menor do compositor português e duas obras de Robert Schumann (1810-1856), compositor alemão que muito influenciou Vianna da Motta.
Nos dias 9 e 10 de março, ocorre o primeiro de três programas concebidos por João Paulo Santos, com colaboração, em dois casos, da musicóloga Luísa Cymbron. O primeiro tem por título “Cruzando o Atlântico: a música entre Portugal e o Brasil, da chegada da corte aos alvores do modernismo” e lança um olhar sobre as muito próximas relações culturais mantidas por Portugal e Brasil ao longo de todo o século XIX, e vai contar com a presença das sopranos Mariana Castello-Branco e Dora Rodrigues, e o barítono Diogo Oliveira, acompanhados ao piano por João Paulo Santos.
No fim de semana seguinte, a 17 de março, viajamos para Paris. O 2.º programa proposto por João Paulo Santos intitula-se “Da ‘Mélodie’ à ‘Comédie’” e propõe-nos uma panorâmica de dois géneros intrinsecamente franceses: a canção de câmara, género por excelência do salão aristocrata; e o teatro de ‘boulevard’, género popular. A interpretá-lo estará a jovem soprano Cecília Rodrigues, que será acompanhada de João Paulo Santos.
O terceiro e último programa idealizado por João Paulo Santos contou de novo com o apoio de Luísa Cymbron e realiza-se nos dias 23 e 24 de março. Pretende o mesmo redescobrir o intenso intercâmbio cultural que existiu entre Portugal e Espanha, grosso modo entre 1850 e o primeiro terço do século XX. Sob o título “‘De Espanha, nem bom vento…’: o mundo musical ibérico entre o romantismo e a Belle Époque”, evoca-se os compositores e instrumentistas espanhóis que se apresentavam em Portugal, assim como os muitos músicos portugueses que atuavam em Madrid, Sevilha e noutras cidades e paragens de Espanha. E não se esquece, claro está, a zarzuela! Os intérpretes serão a soprano Sónia Alcobaça e o tenor Mário João Alves, e João Paulo Santos fará o acompanhamento ao piano.
Os Serões Musicais encerram com a atuação da meio-soprano Karen Cargill acompanhada pelo pianista Simon Lepper. Em “A longa sombra do ‘Tristão” estabelecem-se aproximações entre Richard Wagner e quatro autores franceses de ‘mélodies’, o todo sugerindo um típico serão de canto num distinto salão parisiense da ‘Belle Époque’.
O ciclo Serões Musicais no Palácio da Pena é uma iniciativa conjunta da Parques de Sintra e do Centro de Estudos Musicais Setecentistas em Portugal (CEMSP), com direcção artística do maestro Massimo Mazzeo.
Os bilhetes custam 10 euros e estão à venda na Bilheteiras da Parques de Sintra e outros locais habituais.
