Sol Da Caparica Dança Kizomba, Hip Hop E Rock

Reportagem de Tânia Fernandes, António Silva e Inês Lopes

Richie Campbell
Richie Campbell

Uma ligação improvável de estilos, unidos pelo elo da lusofonia voltou a marcar o segundo dia de festival O Sol da Caparica. A tarde arrancou com o toque doce de Bonga, espreitou o lado negro com os Mão Morta, dançou kizomba com Djodje, sentiu a “sofrência” de Anna Joyce, abanou as costas com o rock dos Alcoolémia e pulou muito com Piruka e Richie Campbell.

Menos gente no recinto, neste segundo dia de festival O Sol da Caparica, e horários mais aproximados dos previstos facilitaram a circulação.

Bonga o cantor de música angolana, foi um sucesso no final de tarde. A celebrar 50 anos de carreira e, tal como anunciou, a fazer 80 anos no dia 5 de setembro, demonstrou que a idade pode ser apenas uma etiqueta. Fez mexer o público com “Mariquinha”, “Lágrima no Canto do Olho” e “Comeram a Fruta”, entre outras.

O cantor cabo-verdiano da nova geração, Ricky Man atuou no palco secundário. O concerto teve momentos românticos, outros mais agitados “para tirar o pé do chão” e ainda a participação de bailarinas que não deixaram cair o público na monotonia. Contou com a participação surpresa de Supa Squad, o esquadrão de dancehall que tem raízes cabo-verdianas, com “Tudo Nosso”. Seguiu-se a primeira enchente do dia, neste palco, com a atuação de Vado Más Ki Ás. O cantor lisboeta de origem cabo-verdiana transmite a sua música em crioulo e percebe-se que já tem uma dimensão de público considerável.

No palco principal, o sol pôs-se a dançar ao som de Rui Orlando, as canções de amor de Anna Joyce e o kizomba de Djodje.

Mão Morta, a banda portuguesa formada na cidade de Braga, tomou conta do palco secundário ainda com a luz do dia. Merecia um horário mais tardio, a envolver ainda mais o público na musica e na atuação única de Adolfo Luxúria Canibal. No Fim era o Frio, o mais recente trabalho, esteve em destaque nesta apresentação.

A dar continuidade ao som feito com guitarras, os Alcoolémia pegaram neste público mais velho e deram um grande concerto. São uma banda da Amora, criada no ano de 1992. Lembramo-nos de os ver atuar, todos ainda com longos cabelos. Trinta anos depois, conseguem ter uma sonoridade própria, sabem brincar com o rock e animar um público que não se deixa levar pelo kizomba ou o rap. Tocaram “Para Quê sonhar”, “Só Tu e Eu” e uma versão bem esticada de “Não sei se mereço”, a mais conhecida. Jorge Miranda, o vocalista, desceu ao recinto e veio cantar para o meio do público, para surpresa e entusiasmo de quem assistia. Pelo meio, ainda trouxeram uma animada versão de “Chiclete”, dos Taxi. “Apanhámos aqui um público como deve de ser. Obrigada pela vossa presença. Procurem o Sol!”. Ainda se atravessou no fado, numa versão de “Nem Às Paredes Confesso” que desembocou num ritmo mais próximo das afinidades musicais da banda.

O kizomba deu lugar à soul e ao funk, com a entrada dos HMB no palco principal. Trouxeram uma boa onda, ao festival O Sol da Caparica, numa atuação que fechou com o conhecido “O Amor é Assim”.

Com presença confirmada na grande maioria dos festivais, Piruka não esteve na melhor forma, esta noite. Com a voz afetada, o rapper português chegou a admitir que estava doente e pediu a colaboração do público, para cantar com ele. “Não Se Passa Nada”, “Salto Alto”, “Se Eu Não Acordar Amanhã” foram alguns dos temas que fizeram o público vibrar.

Com cerca de uma hora de atraso face ao previsto, Richie Campbell o cantor português que cruza reggae, dancehall e R&B fechou a noite com uma sucessão de êxitos que o público conhecia bem e acompanhou. “Espero que estejam a aproveitar bem este primeiro verão, em três anos”, disse Richie Campbell numa alusão à interrupção forçada que tanto afetou músicos como técnicos da área do espetáculo. A “Everytime I Cry” seguiu-se um medley de conhecidos temas como “Best Friend”, “That’s How We Roll” e “I Feel Amazing”. Pediu a todos para levantarem o telemóvel no ar, com a luz ligada para acompanhar “Do You No Wrong” e fechou com uma versão muito dançável de “Slowly”.

O Sol da Caparica volta a abrir portas este sábado. Atuam os seguintes artistas: Branko, Cuca Roseta, Diogo Piçarra, Ivandro, Kady e Convidadas, Karyna Gomes, Mário Marta, Nuno Ribeiro, Plutónio, Profjam, Sam the Kid Com Orquestra e Orelha Negra, Soraia Ramos & Amigos.

Na tenda eletrónica há Karetus, Afrokkilerz, Zanova, Zullu & Gabily, no Palco Comédia atuam Hugo Sousa, Vasco Elvas e Mangope e no palco dança atua Latin Attitude e Tiago Fi, Jazzy dance crew e Showmen.

Os bilhetes encontram-se à venda nos locais habituais e custam 22 euros (bilhete diário)

Recorde a primeira noite de Sol da Caparica:
Wet Bed Gang, Calema E Julinho KSD Foram As Estrelas da Primeira Noite De Festival O Sol Da Caparica

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