Sumol Summer Fest 2023: Mizzy Miles & Friends E Matuê Brilham Na Segunda Noite

Reportagem de Tânia Fernandes e António SIlva

Matuê no Sumol Summer Fest

Mizzy Milles & Friends e Matuê foram os grandes concertos da segunda noite de Sumol Summer Fest 2023. Bispo provou que também ocupa um lugar especial no coração dos jovens portugueses.

A tarde começou com as Guerrilla Girls, um espetáculo de rap português no feminino, apresentado em exclusivo no segundo dia de Sumol Summer Fest. Blaya, Carla Prata, Cíntia, Eva Rap Diva, Muleca XIII, Dama Bete e DJ Allexia são os nomes que formam este cypher (o que na gíria americana significa um encontro freestyle, de músicos rap). “É um espetáculo só com mulheres, para sentir o power e a energia”, anunciaram assim que pisaram o palco.

A ideia ainda que interessante, não entusiasmou os que já se encontravam no recinto, mais interessados em conviver do que em acompanhar, com atenção, o que se passava em palco. Temas pouco conhecidos do grande público – alguns de anos anteriores ao nascimento da maioria dos presentes – acabaram por não conseguir captar a atenção destes jovens, que vivem muito a música do momento.

Esta premissa é aproveitada, com grande sucesso, por Mizzy Miles, um dos grandes nomes da música e produção nacional, especialmente no mundo do hip-hop e música urbana.

Embora tenha começado sua carreira como DJ, foi como produtor musical que Mizzy Miles chamou a atenção, principalmente por sua colaboração com o cantor Tay. Desde 2020, que Mizzy se tem vindo a destacar como artista solo, e a apresentar os seus próprios temas. A colaboração com figuras do movimento urbano em Portugal, tem ampliado a sua carreira e conquistado ainda mais reconhecimento.

Foram alguns desses amigos que Mizzy Miles convidou para atuar, este sábado, no Sumol Summer Fest. Chyna, Kosmo, Diégo, 9 Miller, Benji, Apollo G, Purpp,  T-Rex e Julinho KSD  trouxeram uma dinâmica muito especial a este concerto que encheu as medidas de quem assistia. Faltou Ivandro, como referiu o músico, por compromissos profissionais, mas o público assumiu com gosto essa responsabilidade, e cantou como se ali estivesse.

O produtor conhece bem os beats que prendem esta nova geração e não hesita em dar uma de dj, para fazer soar, bem alto, Metro Boomin, Travis Scott ou Central Cee. O publico conhece-lhe bem as rimas e acompanhou-o com entusiasmo. Para “Fim do Nada”, o mais recente tema do musico, apresentado aqui em estreia absoluta, ouve direito a sessão de “muita-poeira-no-ar” com os mosh-pits coreografados por quem estava em cima do palco.

O final, com Mizzy Miles e todos os amigos convidados em cena, fez-se com “Europa” , com todo o público a acompanhar “Depois do meu show, conto o meu dinheiro no avião / Eu vou gastar na Gucci de Milão”.

Iann Dior um rapper, cantor e compositor porto-riquenho. É um dos nomes mais promissores da atualidade musical. Veio apresentar os temas do seu mais recente album “On to Better Things”, lançado em 2022, que conta com participações especiais de Lil Uzi Vert, Machine Gun Kelly e Travis Barker.

O concerto, no Sumol Summer Fest foi muito curto, cerca de 45 minutos e marcado de interrupções. Apenas com um dj na mesa, o alinhamento fez-se de temas breves e muito diálogo com o público. Às vezes parecia desorientado, como se tivesse deixado a setlist em casa. Ficou a sensação de que não havia um planeamento muito rigoroso do momento.
Pediu ao público para abrir uma clareira e para se preparar para um mosh pit. Para desespero dos seguranças, Iann Dior mergulhou mesmo no meio da multidão.

O concerto ficou ainda marcado pelos insistentes pedidos do público por água, que o artista, incansável, fez questão de fazer chegar. A uma fã especial, fez chegar um bonito ramo de flores. “Mood”, “Emotions” e “Sick and Tired” foram alguns temas que ouvimos, nesta sua estreia em Portugal.

Bispo foi a confirmação de última hora no cartaz do Sumol Summer Fest, na sequência do cancelamento de Wiz Khalifa. O anuncio foi recebido com alguma contestação nas redes sociais mas a verdade é que, este sábado, o público não podia ter sido mais caloroso para com o rapper de Mem Martins.

O concerto foi interrompido várias vezes. Os excessos, o cansaço das poucas horas de sono e o calor, estava a dar dar os seus sinais em muitos dos adolescentes presentes. O stock de garrafas de água da produção esgotou neste final de noite, com os artistas a serem pressionados através de mensagens exibidas pelos telemóveis dos jovens. Abriu com “2725”, “Pormenores” e “Não Tou Sozinho”. Vestia um fato completo castanho. Ao tirar o casafo, depois da retirada dos fotógrafos do fosso exibia a camisola do jogador internacional português Gelson Martins, com o nº 77 do Mónaco.

Chamou a atenção para a lua (quase cheia) no céu e foi mais um artista a pedir para o público tomar o lugar de Ivandro no tema “Lua”. Em “Planeta”, a canção que partilha com Bárbara Tinoco, deu espaço a uma das suas cantoras do coro, que ocupou com grande empenho o lugar. Ficou “Saia”, para o final, com um coro gigante do público!

Matuê é um dos nomes mais promissores do hip-hop brasileiro e destaca-se como um talento único e original. Nasceu em Fortaleza, mas cresceu na Califórnia, nos Estados Unidos. Essa mistura de culturas reflete-se em sua personalidade artística e na sua música.

Entrou em palco cheio de fogo, de mochila às costas e chapéu na cabeça. Ia para a escola? Não, ia dar uma grande lição de ritmo e boa disposição aos jovens que se mantiveram, depois da uma da manhã à espera de ver, pela primeira vez, este artista ao vivo.

Não faltaram as tão esperadas “Máquina do Tempo”, “Vampiro” e “Flow Espacial” assim como a novíssima “Conexões de Máfia”.

O sucesso e a popularidade de Matuê em Portugal é já uma realidade, como pudemos constatar no concerto que fechou esta edição do Sumol Summer Fest.

Recorde AQUI a primeira noite de festival.

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