A história resume-se a uma viagem que cada um interpretará à sua maneira – a procura de si próprio, de uma alma gémea ou o poder transformador da amizade e do amor. Os dois dançarinos, Branson e Joel Daniel, percorrem caminhos de sofrimento, resgatando-se um ao outro, até chegarem a um final de união e de paz quase divina.
O espetáculo desenrola-se entre o ecrã de cinema e o palco, fundindo-se para cá e para lá, sempre com uma banda sonora original muito bem escrita, capaz de acentuar momentos chave de forma buliçosa, ou outros momentos de forma mais introspectiva.
Algumas das filmagens são impressionantes, como a que mostra Wilkie Branson mergulhando na água que corre numa escadaria para o céu, ficando totalmente submerso, enquanto que a fusão do cinema com o palco nos mostra uma versão mais pequena do mesmo Wilkie descobrindo-se por debaixo da mesma água.
Apesar do filme retirar demasiado protagonismo ao espectáculo – independentemente das extraordinárias e evocativas paisagens – e de um final pouco marcante, este é um espectáculo diferente que nos leva numa jornada emocionante e mágica que vale a pena ver.
Reportagem (texto e fotos) de Paulo Sopa