Da Weasel E Imagine Dragons – O Sonho Tornou-se Realidade

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

Da Weasel
Da Weasel

Dois nomes fortes sobressaíam do cartaz, no último dia de NOS Alive 2022: Da Weasel e Imagine Dragons. O barómetro da preferência podia ser avaliado pela quantidade de “doninhas”, impressas em t-shirts, que se passeavam no recinto. A maioria queria assistir ao regresso dos Da Weasel, para um concerto único e exclusivo, depois de mais de uma década de paragem. Receberam ainda de brinde o grande concerto dos Imagine Dragons, banda que fez vibrar a multidão num sábado tórrido.
Foram dois grandes concertos, que permitiram “tirar a barriga de misérias” desta grande espera, de dois anos de interrupção de festivais.

“Hoje é um dia histórico. Uma banda portuguesa portuguesa foi responsável por esgotar um dia” referiu Álvaro Covões, diretor da Everything is New. Em conferência de imprensa de balanço revelou ainda que, este ano, passaram pelos quatro dias de NOS Alive 210 mil espectadores. O festival teve três dias esgotados (quinta, sexta e sábado).

Era quase 2h30 da manhã quando os Two Door Cinema Club encerraram o paco NOS com o conhecido tema “What You Know”. Os irlandeses já nem sabiam ao certo se esta era a sua terceira ou quarta atuação neste festival. “Não interessa! Adoramos voltar!”. A banda veio estrear, em terras lusas o mais recente álbum False Alarm, que marca o regresso do grupo aos estúdios, após Gameshow.

Com uma cenário de vídeo muito pop, cumpriram a missão que foi dar um concerto  que permitisse, a quem ainda não tinha esgotado toda a energia, dançar mais um pouco.

Mais do que um momento musical, os Imagine Dragons estão a desenvolver um conceito rico em conteúdo, nos concertos que apresentam. Ligado aos temas, apresentam mensagens de amor, tolerância, compaixão e aceitação, embaladas em jeito de documentário, com imagens de natureza excecionais.

Dan Reynolds, apresenta-se em muito boa forma, com uma silhueta esculpida. É um dos frontmen mais carismáticos da musica, atualmente. Revela grande energia e vontade de levar o público com ele, aos limites da capacidade física. Há muitos momentos para dançar e saltar, mas também pequenas pausas para absorver importantes recados.

Abriram com “It’s Time” , mas logo a seguir, em “Beliver” a explosão de luzes, confettis, pirotecnia foi de tal forma, que quase parecia o encerramento do concerto. Conquistou logo à partida aquele publico, que terá ficado só para ver o que é que isto ia dar. Em “Thunder” desceu ao fosso, para cumprimentar os fãs, mas manteve-se quase sempre, na passadeira fora do palco principal.

“É a música que nos une” foi uma mensagem que ouvimos de vários artistas, neste NOS Alive e que Dan Reynolds recuperou esta noite. “Follow You”, “Natural” e “Whatever It Takes” foram alguns dos êxitos que se seguiram. As questões da saúde mental e do amor próprio também vieram para o palco, com o artista a fazer um longo discurso, de olhar atento aos mais novos. “It’s Ok”, o tema que cantou de seguida incide sobre estas questões.

Depois de perguntar se podia levar toda esta gente para Las Vegas, localidade de onde vêm, os Imagine Dragons levaram a palco uma bandeira da Ucrânia, à qual juntaram uma versão do clássico dos Alphaville “Forever Young”.

O sucesso “Radioactive”, concluiu a atuação e ganhou força com a apresentação ao vivo. Dan Reynolds combinou um início calmo, ao piano, que largou depois, em forma de explosão, quando voltou a contar com todos os instrumentos da banda no tema. Nova chuva de confettis e relâmpagos deixaram o publico em êxtase.

Com um concerto assistido por muitas famílias, os Imagine Dragons foram capazes de deixar todos com um grande sorriso. Dan Reynolds teve o público com ele em cada momento da noite, e todos puderam sentir seu coração no palco.

A reunião dos Da Weasel, anunciada no último dia de Alive em 2019, causou grande surpresa e expectativa.

Apesar de não ter havido um fim anunciado, cada um dos elementos seguiu o seu rumo, abraçou novos projetos e mudou de vida. Agora, já mais maduros, com os filhos na linha de prioridades, agarraram esta oportunidade de, por um dia, voltar a estar juntos em palco. Só que meteu-se uma pandemia pelo meio, e o que deveria acontecer no limite de um ano passou a dois e depois a três. A anunciada reunião acabou por só acontecer a 9 de julho de 2022, com muito tempo para amadurecer a ideia, voltar a olear a máquina e testar a engrenagem entre os músicos.

O resultado foi recebido de braços abertos por todos os que foram, na noite de sábado, ao Passeio Marítimo de Algés: os antigos fans da banda e os novos, que não eram sequer nascidos, quando a banda parou a sua atividade.

A semana passada, a RTP1 deu-nos a conhecer o documentário Da Weasel: Agora e Para Sempre que recorda, na primeira pessoa, os momentos-chave da biografia da banda de Almada: desde as origens, quando os irmãos Nobre, João e Carlos, começaram a fazer canções; passando pelos vários elementos que se foram juntando, para além dos convidados e amigos que fazem parte da narrativa do grupo de Jay Jay, Pacman, Quaresma, Virgul, Guillaz e DJ Glue. Durante a conferência de imprensa, que antecedeu o concerto no festival, ficámos também a saber que vai sair uma biografa sobre os Da Weasel, autorizada, em 2023.

Deram entrada em palco com “Loja (Canção do carocho)” e o público recebeu-os de forma efusiva. A viagem de regresso ao passado fez-se, durante hora e meia, com temas que não podiam ficar de fora como “Carrosel”, “Dialetos de Ternura” e “Re-tratamento”. Cada canção era entoada pelo público, do principio ao fim, como se os anos não tivessem passado. O interessante, neste alinhamento foi não encontrar só um encadeamento de êxitos, mas também pequenos desvios. Aquela musicalidade mais agressiva que eles sempre gostaram de trabalhar, mas que sabem que não será tão consensual, como por exemplo, “God Bless Johnny”.

Sentiu-se a ausência de Manel Cruz em “Casa (Vem Fazer de Conta)”, que apesar de atuar no Alive mais tarde, num outro palco, apenas marcou presença virtual neste concerto em vídeo. Essa pequena deceção dissipou-se logo a seguir com a intensidade de  “Mundos Mudos”.

“Adivinha Quem Voltou” e “Tás na Boa” ficaram para o fim, quando a festa estava mesmo ao rubro. Não conseguimos confirmar se este regresso vai ter continuidade, mas a certeza é de que o público está pronto para continuar a segui-los.

A tarde começou com os canadianos Mother Mother. A banda de indie rock trouxe o seu oitavo álbum Inside criado em contexto de pandemia.

Seguiu-se Haim, o trio de Los Angeles. As irmãs mundialmente famosas trouxeram, entre outros “Forever”, “The Wire” e” The Steps”. Durante cerca de uma hora, Este, Danielle e Alana Haim deram mostras do seu talento musical, que passa pela percussão e guitarras.

Já são conhecidas as datas do Festival Alive para 2023. Irá realizar-se a 6,7 e 8 de junho
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