Festival Músicas Do Mundo 2017 Arranca Hoje Em Porto Covo

Arranca hoje em Porto Covo a edição de 2017 do Festival Músicas do Mundo, que decorre entre 21 e 29 de julho, na bonita Aldeia Alentejana e na Cidade de Sines, reunindo mais uma vez um naipe diverso de músicos de Portugal, África, Médio Oriente, Sudoeste Asiático, Américas e Europa, no total são cerca de 56 concertos de 36 países e cinco continentes.

De 21 a 23 de julho, sexta a domingo, o festival vai decorrer no Largo Marquês de Pombal, em Porto Covo, com uma programação integralmente gratuita, depois muda-se para Sines.

Nos dias 24 e 25 de julho, segunda e terça-feira, têm lugar vários concertos pagos no auditório do Centro de Artes e concertos gratuitos no Pátio das Artes, Largo Poeta Bocage e terreiro do Castelo, e entre 26 e 29 de julho, têm lugar vários concertos no palco histórico do Castelo (gratuitos à tarde e pagos à noite) e no palco junto à Praia Vasco da Gama (gratuitos). A iniciar cada um desses quatro dias, haverá música no auditório do Centro de Artes de Sines (concertos pagos).

Naquele que é, por excelência, o festival de descobertas, podemos este ano contar com um cartaz de peso.

Do continente africano. Estarão presentes o marfinês Tiken Jah Fakoly, a maliana Oumou Sangaré, o camaronês Richard Bona (num projeto com o grupo Mandekan Cubano) e o encontro entre as cantautoras Fatoumata Diawara (Mali) e Hindi Zahra (Marrocos). Orlando Julius, lenda da música nigeriana, regressa ao festival com a orquestra brasileira Bixiga 70, num concerto que é um exclusivo europeu para o FMM Sines. A África do Sul estará representada pelos BCUC, banda do Soweto.

A África onde se fala o português também terá um ano grande. Estarão no FMM três dos maiores músicos de Cabo Verde – Mário Lúcio, Lura e Vasco Martins – e um grande cantautor angolano, Waldemar Bastos. O rapper Emicida encabeça uma delegação brasileira onde também participam os cantautores Makely Ka e Gustavito e o grupo Metá Metá.

Toda a América Latina estará bem representada nesta edição. Do universo das orquestras, vêm ao festival a chilena Chico Trujillo, a peruana Bareto e a colombiana La Mambanegra. A fusão das músicas latinas com a eletrónica chega pelo equatoriano Mateo Kingman e pelos colombianos Bulldozer e Romperayo.

Ainda nas Américas, de registar a participação de Aurelio, voz do povo garifuna nas Honduras, do projeto porto-riquenho ÌFÉ e de três músicos norte-americanos: o poeta nova-iorquino Saul Williams, a cantautora de raízes haitianas Leyla McCalla e o músico de reggae havaiano Mike Love.

A China volta ao FMM Sines com folk das regiões de Guangxi, através da banda Mabang, e da Mongólia Interior, através de Tulegur. As percussões iranianas chegam nos dedos de Mohammad Reza Mortazavi. Parvathy Baul será a embaixadora da tradição mística baul, da Índia. Ainda da Ásia, virão ao FMM Sines 2017 o grupo The Barberettes, doo-wop da Coreia do Sul, A-WA, banda de Israel com raízes iemenitas, e o trio do saxofonista sírio Basel Rajoub.

Na fronteira entre a Ásia e a Oceania, as ilhas Molucas são a inspiração do grupo de jazz Boi Akih. O jazz é também a matriz dos franceses Thomas de Pourquery & Supersonic e dos galegos Sumrrá.

Da Europa terá chegam Savina Yannatou & Primavera en Salonico traz-nos a música da “Jerusalém dos Balcãs”, Tessalónica. Da Turquia a cantora Gaye Su Akyol; da Dinamarca Den Sorte Skole. Ifriqiyya Électrique junta rock francês com rituais sufi tunisinos. O MC anglo-nigeriano Afrikan Boy e a banda franco-marroquina N3rdistan são músicos entre África e Europa. Nessi Gomes, cantautora britânica de origem portuguesa, apresenta a sua proposta de folk alternativa a partir da ilha de Guernsey.

Espanha terá em Sines dois dos principais nomes da sua folk: a galega Mercedes Peón e o duo catalão Maria Arnal i Marcel Bagés.

Portugal estará presente com António Chainho, André Baptista, Cristina Branco, Medeiros / Lucas, Sopa de Pedra, Simply Rockers Sound System e JAE Sessions. Os artistas portugueses estarão também representados em concertos partilhados com artistas de outras nacionalidades: Costa Neto / João Afonso (Moçambique / Portugal) Benjamim / Barnaby Keen (Portugal / Reino Unido), Coladera (Brasil / Portugal / Cabo Verde) e Cantos de Cego da Galiza e Portugal. A Orquestra Latinidade, sedeada em Lisboa, junta músicos de vários países de herança latina.

Entre as iniciativas paralelas destaque para a presença do músico francês François R. Cambuzat (Ifriqiyya Électrique), que está novamente no festival para atuar, mas também para encontrar-se com o público em dois Ateliês de Música para Todos: (1) A Grande Orquestra do Desastre e (2) Danças, Cantos e Percussões de Banga.

A companhia Real Pelágio também está de regresso ao FMM Sines com espetáculos para famílias e crianças, no auditório do Centro de Artes: Agora e Histórias Magnéticas.

Os Ateliês Infantis deste ano são com os músicos Tulegur, Orlando Julius & Latoya Ekemode, Parvathy Baul e Bulldozer.

O Outro FMM é mais uma iniciativa para famílias. Trata-se de uma visita orientada aos bastidores do palco do Castelo para explicar como se faz o festival.

Haverá também o programa de iniciativas de divulgação científica ENTREMARÉS, por investigadores do CIEMAR e do MARE, uma oportunidade para conhecer melhor a riqueza biológica da zona costeira de Sines.

A Feira do Livro e do Disco volta a ocupar a Capela da Misericórdia, com a parceria de A das Artes (livros), VGM (discos) e O Homem do Saco (trabalhos tipográficos).

E ainda no campo dos livros haverá encontros com os escritores Manuel da Silva Ramos, Sérgio Godinho e Cristina Carvalho, organizados em parceria com a livraria A das Artes.

Durante a visita ao festival, o público poderá também visitar a exposição Estação Vernadsky, 20ª edição do projeto Verão Arte Contemporânea em Sines, no Centro de Artes de Sines e no Centro Cultural Emmerico Nunes.

Quanto aos bilhetes, os diários custam entre os 10 e os 20 euros, o passe de dois dias custa 30 euros e o passe de 4 dias custa 50 euros. Os concertos no auditório do Centro de Artes têm um custo entre 5 euros e 10 euros e os concertos em espaços públicos, em Porto Covo, têm entrada livre. As crianças com menos de 12 anos não pagam. Os bilhetes estão à venda online e na bilheteira local, no Centro de Artes de Sines.

Autor:Texto de Elsa Furtado
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